A essa altura, início de segunda-feira (11), você internauta já deve ter visto que o Corinthians perdeu para o Santos, na Vila Belmiro, por 2 a 0. Méritos do time da baixada que soube aproveitar melhor as chances que teve e agora está a nove pontos do Corinthians, líder do Campeonato Brasileiro.
Mas, o que chama atenção é a queda brusca de rendimento que o Corinthians apresenta nesse começo de returno. Após quatro partidas, foram três derrotas (Vitória, Atlético-GO e Santos) e apenas uma vitória (Chapecoense, por 1 a 0, com gol de Jô aos 44 minutos do segundo tempo). O timão do returno é tão ruim que só Sport e Coritiba têm campanhas piores.
Se analisarmos friamente os números de Corinthians e Santos podemos chegar a conclusão de que o Corinthians não fez uma partida ruim. O timão teve 55% de posse bola, 13 finalizações, 290 passes certos e algumas chances claras de gol (que só não foram concretizadas pela belíssima partida do goleiro do Santos, Wanderlei). Mas, se não podemos afirmar que o Corinthians fez uma partida ruim, também não podemos afirmar que a apresentação corintiana foi boa. Para mim, foi regular.
Ao todo, durante o jogo, o Corinthians alçou 21 bolas na área do Santos, cometeu 17 faltas e errou 34 passes. Cinco atletas receberam cartões amarelos (Fagner, Marciel, Gabriel, Romero e Clayson). E o placar só não foi maior a favor do Santos, porque Cássio fez algumas defesas importantes.
A queda de rendimento do Corinthians é clara e não há como negar. Os motivos podem ser apontados aos montes: Queda de intensidade defensiva; salto alto; desgaste; contusões e suspensões de jogadores importantes; times adversários aprenderam a neutralizar o Corinthians; etc.
Entretanto, defendo que o ponto principal da queda de rendimento corintiana seja algo mais simples: o time voltou ao normal. Quem me conhece sabe que venho dizendo, há tempos, que o time do Corinthians não passa de razoável. O time estava uma em fase excelente, mesmo quando errava, ainda conseguia sair com o resultado positivo. Cássio, Fagner, Balbuena, Arana, Rodriguinho, Romero e Jô estava em uma fase fantástica. E para completar, Grêmio, Palmeiras, Santos, Flamengo e Cruzeiro haviam praticamente abandonado a disputa do Campeonato Brasileiro para se dedicarem a outras competições (Libertadores e/ou Copa do Brasil).
Nos últimos quarenta dias, o Corinthians teve dois períodos com mais de dez dias seguidos sem jogos. Teoricamente, esse tempo seria excelente para reestruturar o elenco, aparar algumas arestas, recuperar os lesionados e voltar forte para o restante do segundo turno. Mas, por enquanto, o que o Corinthians apresentou ainda é muito pouco. A defesa sufocante, que forçava os adversários a cometerem erros, praticamente não existe mais. A entrega dos jogadores ao esquema tático, a compactação e as coberturas precisas, não são sombras do que já foram. A qualidade no passe, as triangulações e as tabelas rápidas entre dois ou mais jogadores, desapareceram. A qualidade das finalizações nunca foi excelente, mas também apresentou queda considerável.
Defensivamente, o Corinthians parece um time que apenas corre atrás do adversário. Ofensivamente, a impressão que passa é que existe apenas uma jogada: chuta a bola pra cima e torce pro Jô conseguir escorar a bola pra algum companheiro ou matar a bola e tentar alguma coisa.
Outro ponto importante dessa matemática de falhas é que com os resultados ruins e as apresentações abaixo da média, os jogadores ficam frustrados e estão sempre pilhados, nervosos. Com isso, o Corinthians abandonou uma de suas principais características: a disciplina. O timão é o time que cometeu menos faltas no Brasileirão. Mas, nos últimos jogos, o número de faltas e cartões subiu consideravelmente.
Apesar de tudo, o Corinthians ainda lidera o campeonato e está sete pontos a frente do segundo colocado, o Grêmio. As chances de ser campeão continuam boas, mas, se realmente quer ser campeão, o Corinthians precisa melhorar e muito. Não digo que precisa voltar a ser o time que foi no primeiro turno, até porque eu duvido que o timão consiga jogar naquele ritmo e com aquela qualidade novamente constantemente. Mas, o Corinthians precisa voltar a apresentar a intensidade defensiva e a eficiência para matar o jogo que todos vimos no primeiro turno.
Mas, se tudo isso der errado, o timão ainda pode tentar contar com a sorte e torcer para Grêmio, Santos e Flamengo continuarem se preocupando com outras competições e deixarem o Brasileirão de lado de vez (escutei alguém dizendo Libertadores e Copa do Brasil?).
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