Marco Mascarenhas
Se não me falha a memória era um jogo entre Vitória e Flamengo pelo Campeonato Brasileiro e o Vitória venceu por 1 a 0 em pleno Maracanã. O jogo estava empatado em 0 a 0 quando a bandeirinha (era uma mulher) anulou um gol do Flamengo, de Diego Tardeli, que deixava muita dúvida no lance (eu até achei que não estava impedido mesmo). Tinha um jogador do Vitória que estava dentro do gol, mas o goleiro do Vitória, Viáfara, estava praticamente na mesma linha que Tardeli. A bandeirinha acabou marcando impedimento. O jogo continuou e o Vitória abriu o placar com gol de Dinei, em grande passe de Marquinhos. A partida acabou ai e advinha o que aconteceu? A bandeirinha pegou uma suspensão grande por ter errado o lance contra o Flamengo. Nenhum árbitro que errou lances muito piores contra o Vitória havia pego gancho nenhum, ainda mais num lance que vendo pela televisão é difícil de confirmar.
Pronto! Agora sugiro que você se coloque no lugar de um árbitro ou bandeirinha. Os juízes de futebol normalmente ganham por partida apitada (falo normalmente porque realmente não pesquisei pra saber se hoje mudaram isso e os árbitros são contratados da CBF ou das federações. Imagino que não). Vamos considerar que você quis se tornar um árbitro profissional e se dedicar plenamente a esse ofício, passar 100% do seu tempo treinando e se aprimorando para apitar partidas de futebol. Você está num jogo que é contra o Flamengo (pode ser o Corinthians neste exemplo também), time com grande torcida e mídia que debate os jogos, os resultados e o clube em si a todo momento. Lance polêmico contra o Flamengo, uma falta dentro da área que poderia tranquilamente ser entendido como pênalti. Mas e se não for? Se não for e você marcar, a mídia vai passar esse lance milhares de vezes e você vai pegar um gancho porque errou contra o Flamengo. É imperdoável, é fim de carreira, é uma desatenção que não pode existir, não é qualquer um, é o FLAMENGO.
“Meu amigo, é melhor eu não marcar esse pênalti porque eu quero apitar outro jogos do campeonato. Eu vivo disso daqui, é daqui que tiro meu sustento”
E é assim que a CBF e canais de televisão, de forma bem sutil, “dizem” aos árbitros em quem eles tem que “prestar mais atenção”. Obviamente chegarão torcedores do Flamengo aqui achando ruim, mas a crítica não é ao time carioca, nem ao time paulista em si, apesar da ênfase ao falar deles. O Flamengo e Corinthians, que foram citados, tem totais condições de vencer suas partidas, são realmente grandes clubes com bons jogadores, com torcidas gigantescas e que definitivamente não precisam disso.
Isso ocorre com o Vitória e os árbitros quando os jogos são válidos pelo campeonato baiano, por exemplo. E sinceramente, os clubes do interior da Bahia já passam por muitas dificuldades, já possuem uma folha salarial muito abaixo dos clubes da capital e não tem necessidade nenhuma que árbitros sejam tendenciosos.
Em meio a tantos escândalos de corrupção no nosso país, esse texto é apenas um desabafo de que o futebol, pelo bem de todos, deve ser mais justo, mais honesto. O jogo tem que ser ganho na bola. Os árbitros precisam parar de serem parciais e devem apitar o que realmente aconteceu. Só assim teremos um futebol sério e competitivo.
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